Movimentação, redução do tempo de telas e brincadeiras adequadas para cada faixa etária durante o recesso escolar
As férias escolares representam um período aguardado por crianças e adolescentes, com mais tempo livre e a oportunidade de brincar, dormir até mais tarde e aproveitar momentos de lazer. Essa pausa é fundamental não apenas para o bem-estar físico, mas também para a saúde mental, permitindo que o cérebro assimile melhor os conteúdos aprendidos ao longo do ano e retorne às aulas mais descansado e receptivo.
Além do descanso, o recesso escolar é uma oportunidade para as famílias realizarem atividades conjuntas e estimularem o desenvolvimento infantil. Mesmo fora da escola, as atividades recreativas contribuem para o desenvolvimento da criatividade, da coordenação motora, da expressão das emoções e da comunicação, além de favorecerem a interação social e o fortalecimento dos vínculos afetivos.
Com a mudança na rotina, muitos pais e responsáveis se veem diante do desafio de manter as crianças ativas e entretidas, especialmente em um contexto em que o uso excessivo de telas se tornou cada vez mais comum. Segundo o educador físico Vinicius Oliveira, professor da Faculdade Internacional da Paraíba (FPB), integrante do Ecossistema Ânima, a ausência das aulas tende a aumentar o tempo sedentário. “Nas férias, a rotina escolar desaparece e cresce o tempo parado, geralmente em frente às telas. Isso faz com que a criança gaste menos energia, fique mais desmotivada fisicamente e isso impacta o humor, o sono e o desenvolvimento motor e social”, explica.
As atividades recreativas, quando bem orientadas, ajudam a canalizar a energia acumulada e promovem benefícios que vão além do físico. Para o professor, o movimento é essencial nesse período. “A prática de atividades nas férias ajuda a gastar essa energia acumulada, melhora o humor, a qualidade do sono e contribui para o desenvolvimento motor e social, que é construído a partir do movimento e da interação fora do ambiente escolar”, destaca.
As opções de brincadeiras devem respeitar a faixa etária das crianças. Para os pequenos, entre 3 e 6 anos, o ideal são atividades simples e lúdicas, como correr, pular, brincar com bola, circuitos criativos e jogos com música. Já entre 7 e 11 anos, brincadeiras em grupo, como futebol, baleado, circuitos com desafios e atividades na piscina ajudam a unir diversão e aprendizado, permitindo inclusive a introdução de regras simples. Para adolescentes a partir dos 12 anos, esportes mais organizados, desafios físicos, trilhas, esportes de praia e até o treinamento funcional recreativo estimulam autonomia e interesse.
Mesmo com rotinas intensas de trabalho, a participação dos pais faz toda a diferença nesse processo. O educador reforça que não é necessário investir em grandes estruturas para garantir momentos de lazer ativo. “Brincar junto, criar espaços dentro de casa, utilizar praças e espaços públicos e propor ao menos 20 minutos diários de atividades já ajuda a reduzir o tempo de tela e aumenta a motivação das crianças para brincar de forma mais ativa”, afirma Oliveira.
Ao transformar as férias em um período de descobertas, movimento e convivência, as famílias contribuem para o desenvolvimento integral das crianças e adolescentes. As atividades recreativas, além de promoverem saúde e bem-estar, tornam o recesso escolar um momento leve, educativo e cheio de boas memórias.
