O prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), elevou o tom nesta semana ao cobrar publicamente que a base aliada do governador João Azevêdo (PSB) defina critérios claros e estratégicos para a escolha do candidato ao Governo do Estado em 2026. Apesar de estar filiado ao mesmo partido do vice-governador Lucas Ribeiro — um dos nomes cogitados para a sucessão —, Cícero deixou claro que a responsabilidade sobre a definição do candidato não é apenas do Progressistas.
“O candidato tem que ser aquele que tenha a melhor condição de ganhar a eleição. Não queremos um candidato, queremos o sucessor de João para dar continuidade a esse projeto. Mas para isso precisa ter critério, porque se alguém acha que esse problema é do PP, não é não. Porque se o PP não escolher o melhor candidato, passa a ser problema de toda a base do governo – ou não?”, provocou o prefeito durante entrevista.
A fala de Cícero reflete um incômodo crescente nos bastidores da base governista. Pré-candidato natural dentro do grupo, ele vem tentando consolidar seu nome como sucessor de João Azevêdo, mas defende que a definição ocorra de forma transparente e baseada em “quem tem mais condições reais de vitória”.
“Nós fazemos parte de um projeto. Está cabendo – pelo que eu estou entendendo – que nós temos que indicar um candidato. Só que eu entendo, dentro de um projeto desse, que um candidato tem que ser aquele que melhor tenha condição de ganhar a eleição.”
Apesar da cobrança, o prefeito de João Pessoa descartou qualquer rompimento com o partido ou com o governador. Disse que respeitará a decisão final — desde que haja critérios previamente definidos.
“Como eu vou dar uma opinião que já vou deixar o PP, porque eu já estou achando que não vou ser o escolhido? A gente tem que discutir. Pode não ser eu, se o critério estiver certo, eu tenho que me curvar à decisão do critério. A gente precisa definir critérios antes de definir nomes.”