Luto no Rock: Após se despedir dos palcos, Ozzy Osbourne morre aos 76 anos de idade

Morreu nesta terça-feira (22), aos 76 anos, o cantor Ozzy Osbourne, ícone do rock e um dos nomes mais influentes da história do heavy metal. A informação foi confirmada por sua família, que divulgou um comunicado à imprensa: “É com mais tristeza do que meras palavras podem expressar que temos que informar que nosso amado Ozzy Osbourne faleceu esta manhã. Ele estava com sua família e cercado de amor.”

A morte ocorre apenas 17 dias após sua última apresentação nos palcos, no evento “Back to the Beginning”, realizado no dia 5 de julho em Birmingham, sua cidade natal. O show, anunciado como sua despedida, contou com participações de nomes históricos do metal, como Metallica e Guns N’ Roses, além de uma aguardada reunião com os ex-companheiros do Black Sabbath, Tony Iommi, Geezer Butler e Bill Ward — a primeira em 20 anos. Cerca de 40 mil pessoas acompanharam o show no estádio Villa Park, enquanto outros 5,8 milhões assistiram à transmissão ao vivo pela internet.

A causa da morte não foi divulgada. Nos últimos anos, Ozzy enfrentava graves problemas de saúde, incluindo um diagnóstico de Parkinson revelado em 2020, além de sequelas de um acidente de quadriciclo e múltiplas cirurgias na coluna.

Nascido John Michael Osbourne em 1949, em uma família operária de Birmingham, Ozzy teve uma infância difícil, marcada por abusos, dislexia, pobreza e até uma passagem pela prisão. Nos anos 60, formou com Tony Iommi, Geezer Butler e Bill Ward a banda que viria a revolucionar o rock pesado. Inicialmente chamada Earth, o grupo passou a se chamar Black Sabbath — nome inspirado em um filme de terror estrelado por Boris Karloff — e lançou em 1970 seu álbum de estreia, considerado um marco fundador do heavy metal. Clássicos como Iron Man, Paranoid, War Pigs e The Wizard moldaram o gênero.

Expulso do grupo em 1979 por causa de seu vício em álcool e drogas, Ozzy deu início a uma carreira solo igualmente bem-sucedida, com hits como Crazy Train, No More Tears, Bark at the Moon e Mama I’m Coming Home. Em 2022, lançou seu último disco, Patient Number 9, com participações de lendas como Eric Clapton e Jeff Beck.

Ao longo da vida, Ozzy acumulou controvérsias — a mais famosa delas em 1982, quando mordeu a cabeça de um morcego durante um show, acreditando que o animal era de brinquedo. Também foi preso por tentar estrangular sua esposa, Sharon Osbourne, durante um episódio de abuso de substâncias, e tratou publicamente de vícios em drogas, álcool e até sexo. Apesar das turbulências, permaneceu casado com Sharon por mais de quatro décadas, com quem teve três filhos: Aimee, Kelly e Jack.

A família Osbourne se tornou conhecida mundialmente também pelo reality show The Osbournes, exibido entre 2002 e 2005, vencedor de um Emmy. Nos últimos anos, Ozzy passou por diversas internações, cancelou turnês e relatou momentos de profunda depressão. “Você acorda de manhã e descobre que alguma outra coisa deu errado. Você começa a pensar que isso nunca vai acabar”, disse em entrevista ao The Guardian, em maio.

No show de despedida, emocionado, Ozzy agradeceu ao público: “Estou de cama há seis anos, e vocês não têm ideia de como me sinto. Obrigado do fundo do meu coração.” Foram suas últimas palavras públicas no palco.

O rock perde hoje um de seus mais emblemáticos e imprevisíveis representantes. O mundo perde um símbolo de resistência, loucura, dor e reinvenção. Ozzy Osbourne sai de cena como entrou: gritando alto, desafiando o destino e deixando um legado que ecoará eternamente.

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