A 2ª Vara Criminal da Paraíba decidiu enviar à Justiça Eleitoral o processo que investiga um suposto esquema de pagamento de propina ao ex-governador Ricardo Coutinho. A decisão foi tomada pelo juiz Marcial Henrique Ferraz da Cruz na última segunda-feira (17).
O caso envolve a empresa Santana Agroindustrial Ltda., que fornecia ração e sementes ao Governo do Estado e teria repassado valores ilícitos ao ex-governador. A ação é decorrente da sétima fase da Operação Calvário e já tramitava na Justiça estadual, mas agora seguirá para a esfera eleitoral.
Denúncia do Gaeco
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPPB) apresentou a 23ª denúncia no âmbito da Operação Calvário, apontando supostos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Além de Ricardo Coutinho, também foram denunciados seus irmãos Coriolano e Raquel Vieira Coutinho, seu filho Ricardo Cerqueira Leite Vieira Coutinho, e os empresários Ivanilson Araújo, Anelvina Sales Neta e Denise Krummenauer Pahim.
A denúncia afirma que recursos ilícitos teriam sido usados para a compra de uma residência de R$ 1,76 milhão, localizada no condomínio Bosque das Orquídeas, em João Pessoa. O Gaeco também solicita a fixação do valor de R$ 7,39 milhões como mínimo para reparação dos danos causados pelo esquema.
As investigações apontam que a propina corresponderia a 10% dos pagamentos feitos pelo Governo da Paraíba à empresa de Ivanilson Araújo, que teria recebido cerca de R$ 70 milhões da gestão de Ricardo Coutinho.