Apesar das evoluções, estigma e baixa testagem ainda dificultam prevenção ao HIV, aponta infectologista
A campanha Dezembro Vermelho, dedicada à prevenção ao HIV/Aids, reforça um alerta que permanece atual: a importância do diagnóstico precoce e do combate ao estigma para frear a transmissão e garantir qualidade de vida às pessoas que convivem com o vírus.
Neste cenário, segundo a infectologista Francisca Kiguti, professora da Afya Paraíba, um dos maiores desafios ainda está na baixa testagem, especialmente entre jovens.
“É necessário ampliar o acesso ao teste rápido e divulgar que todas as pessoas sexualmente ativas devem realizar testagem para o HIV”, afirma. O diagnóstico precoce é o primeiro passo para iniciar o tratamento e interromper a cadeia de transmissão.
TARV e qualidade de vida: avanços que mudaram o cenário do HIV
A médica destaca que, além da testagem, é fundamental garantir a adesão ao tratamento antirretroviral (TARV). Hoje, pacientes com carga viral indetectável não transmitem mais o vírus — informação comprovada e reforçada pela estratégia global Indetectável = Intransmissível (I=I).
Nos últimos anos, os tratamentos também evoluíram. “Tivemos avanços importantes nas medicações, que agora apresentam menos efeitos colaterais e posologias mais simples, com menos comprimidos, facilitando a adesão”, explica. Ela lembra ainda que mudanças no estilo de vida, como prática regular de atividade física e alimentação equilibrada, contribuem para o bem-estar geral e melhor controle da doença.
Pontos essenciais para prevenção e autocuidado
- Use preservativos em todas as relações sexuais
- Faça testagem regular, principalmente se houver múltiplos parceiros
- Informe-se sobre PrEP (profilaxia pré-exposição) e PEP (profilaxia pós-exposição) — ambas disponíveis no SUS
- Busque atendimento imediato em caso de exposição de risco
- Evite o estigma, pois a informação é a principal ferramenta de prevenção
- Mantenha consultas e exames de rotina se já vive com HIV
Estigma ainda afasta pessoas do diagnóstico
Mesmo com os avanços científicos, o preconceito continua sendo um obstáculo significativo. Para a infectologista, o estigma ainda leva muitas pessoas a adiar a busca por tratamento e até mesmo a evitar a testagem.
“O impacto é direto: piora o prognóstico e aumenta o risco de disseminação da doença”, alerta.
A especialista reforça que o HIV hoje é uma doença crônica de controle eficaz, e quem vive com o vírus pode desenvolver suas atividades, estudar, trabalhar e realizar seus projetos de vida normalmente.
“Ser portador do vírus não torna a pessoa com limitações ou incapacidade. Precisamos aumentar o conhecimento da população a respeito do vírus , desmistificando certos preconceitos que muitas vezes são gerados pela falta de conhecimento”, conclui.
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Afya orienta que diagnóstico precoce e tratamento eficaz são destaques no Dezembro Vermelho, essencial para frear o HIV e ampliar a testagem no Brasil.
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