A poesia rimada e cantada dos folhetos de cordel faz parte da identidade da Paraíba e, agora, recebeu o devido reconhecimento: a Literatura de Cordel foi oficialmente declarada patrimônio cultural imaterial do estado. A medida, publicada nesta terça-feira (2), reforça o compromisso com a valorização e preservação dessa tradição.
Originada na tradição oral nordestina, a literatura de cordel se popularizou no Brasil entre os séculos XIX e XX, principalmente nas feiras livres, onde poetas improvisavam versos para atrair leitores e compradores. Os folhetos, pendurados em barbantes, continham histórias de amor, bravura, humor e até denúncias sociais, sempre rimadas e ilustradas com xilogravuras marcantes.
Com o passar do tempo, o cordel se reinventou, dialogando com temas contemporâneos sem perder a essência. Hoje, além dos clássicos versos sobre cangaceiros e amores impossíveis, os poetas abordam assuntos como tecnologia, política e meio ambiente, garantindo que essa manifestação cultural continue viva e relevante.
O reconhecimento oficial não apenas valoriza os artistas do cordel, mas também fortalece ações para manter viva essa tradição, incentivando novas gerações a se encantarem pelo ritmo cadenciado e pela riqueza das histórias narradas em versos.