Se o forró é a espinha dorsal do São João de Campina Grande, em 2025 ele segue firme – mas agora ladeado por uma turma diversa que inclui de Alok a Matuê, de Belo a Raça Negra. A nova programação da festa junina mais famosa do Brasil foi divulgada nesta segunda-feira (7) e confirma um movimento já perceptível nas últimas edições: a ampliação da paleta musical do evento, sem abandonar suas raízes.
Neste ano, entre as 103 atrações confirmadas, 47 são do forró tradicional, número que reafirma o estilo como o mais representativo da festa. Na sequência aparecem o piseiro (18 artistas) e o forró estilizado (14 atrações), formando um tripé tipicamente nordestino. O sertanejo também mantém seu espaço, com 10 artistas.
Mas o que chama atenção é a multiplicidade de estilos além do circuito forrozeiro. A programação inclui pagode, trap, rap, axé, música eletrônica e até shows religiosos, representando a tentativa da organização de atrair diferentes públicos, sem perder o tom regional. “Campina Grande está se consolidando como um festival de grande porte, que celebra o São João em todas as suas camadas: da cultura popular à música de massa”, avalia um produtor cultural ouvido pela reportagem.
Artistas como Matuê, Hungria, Alok, Sorriso Maroto, Belo e Raça Negra dividem o palco com ícones da tradição junina, como Flávio José, Alcymar Monteiro, Elba Ramalho, Alceu Valença, Santanna e Amazan. Essa convivência de gerações e estilos é o que torna o evento tão único, segundo os organizadores.
A festa terá 38 dias de duração, entre 26 de maio e 30 de julho, cinco a mais que no ano anterior. Segundo dados da prefeitura, em 2024, cerca de 2,93 milhões de pessoas passaram pelo Parque do Povo nos 33 dias de evento. Para este ano, com a ampliação do espaço – que agora ocupa cerca de 40 mil metros quadrados –, a expectativa é superar os números e democratizar ainda mais a festa.
Mesmo com os ventos da modernidade, o São João de Campina Grande mantém firme o propósito de celebrar o Nordeste em suas muitas faces. A aposta em novos ritmos não apaga o som da zabumba, da sanfona e do triângulo — mas os coloca lado a lado com as batidas eletrônicas, os graves do trap e os refrões do pop nacional. Como numa grande quadrilha contemporânea, onde cada estilo encontra seu lugar na dança.
Com informações do g1